Inteligência artificial em endoscopia: Hot Topic do mês

A inteligência artificial vem sendo utilizada em dezenas de setores da nossa vida, mesmo sem nos aperceber disso, e na medicina tem um potencial muito grande para auxiliar na prática e na tomada de decisões. O conceito básico é o de processar informação em nível igual ou superior ao do cérebro humano.

Na endoscopia existem estudos avançados em inteligência artificial no diagnóstico histológico e detecção de pólipos do cólon, na detecção de lesões precursoras de displasia em esôfago de Barrett, câncer gástrico precoce, lesões do intestino delgado via cápsula endoscópica, além de detecção de displasia nas doenças inflamatórias intestinais.

O Hot Topic sobre o tema foi moderado pelo dr. Thiago Guimarães Vilaça, pesquisador em inteligência artificial, formado pela endoscopia da FMUSP e preceptor da residência de endoscopia do CET SOBED IMIP/Faculdade Pernambucana de Saúde e pela dra. Carolina Ogawa, pós-graduanda em inteligência artificial pela FMUSP e o palestrante convidado é o Prof. Philip Way Yan Chiu, da The Chinese University of Hong Kong, que trabalha com endoscopia robótica é também diretor do Chow You Ho Technology Centre for Innovative Medicine,

“No Brasil já existem aparelhos aprovados pela ANVISA que utilizam a IA para detecção dos pólipos durante a colonoscopia. A tecnologia se assemelha ao reconhecimento facial de um Iphone”, informa Dr. Vilaça.

Segundo o pesquisador uma das grandes evoluções está no Computer Aided Detection (CADe) que é um sistema de detecção precoce de lesões que ajuda o endoscopista a ampliar seu campo de visão. “A IA auxilia o endoscopista na acurácia do diagnóstico”.

A inteligência artificial abrange um conjunto de tecnologias que têm auxiliado a endoscopia digestiva, através do processamento acelerado de dados, na previsão e velocidade dos testes diagnósticos, somando-se a bancos de dados que reúnem todo o conhecimento já produzido na área.

“IA não vai substituir o médico, mas vai auxiliar a prática clínica e tornar a medicina mais segura e efetiva”, esclarece Vilaça, que destaca as áreas que mais se beneficiarão: a detecção e diagnóstico precoce de lesões gástricas pré-cancerígenas, DII e esôfago de Barrett.

Fonte: www.sobed.org.br